sábado, 20 de junho de 2009

Poesia Metaluinguistico


VIVER DE POESIA - ELISA LUCINDA

Lembro de eu gostar de palavra.
Desde pequena eram como um brinquedo pra mim.
Desde quando “soréconvosco” era uma palavra só,
sem o sentido e sem as quatro palavras
“o Senhor é convosco” dentro dela.
Desde o gato Fuminó,
história infantil publicada e escrita na oralidade de meu pai,
até os imaginativos vôos no país da gramática de
Emília nas asas de Monteiro Lobato.
Era bom dizer poesia na escola,
recitar no pátio diante dos colegas uniformizados
e de mim saindo um poema cantando a primavera,
louvando o dia da árvore.
Foi bom já aos onze ser levada pela sabedoria
de minha mãe e meu pai para estudar Interpretação Teatral da Poesia,
de 11 a 17 anos aprendendo uma coisa muito diferente
do que já naquele tempo se chamava declamação,
apartir daí uma seta cruza o tempo e o motor é dela,
e o avião é ela, e a vela é ela.
Ela o barco, é ela o trem.

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