sexta-feira, 12 de junho de 2009

Parem de falar mal da rotina. - Elisa Lucinda

Parem de falar mal da rotina
parem com essa sina anunciadade que tudo vai mal porque se repete.
Mentira. Bi-mentira:
não vai mal porque repete.
Parece, mas não repetenão pode repetir
É impossível!
O ser é outroo dia é outro
a hora é outra
e ninguém é tão exato.
Nem filme.
Pensando firme
nunca ouvi ninguém falar mal de determinadas rotinas:
chuva dia azul crepúsculo
primavera lua cheia
céu estrelado barulho do mar
O que que há?
Parem de falar mal da rotina
beijo na boca
mão nos peitinhos
água na sede
flor no jardim
colo de mãe
namoro
vaidades de banho e batom
vaidades de terno e gravata
vaidades de jeans e camiseta
pecados, paixões ,punhetas
livros cinemas gavetas
são nossos óbvios de estimação
e ninguém pra eles fala não
abraço pau buceta inverno
carinho sal caneta e querosão
nossas repetições sublimese não oprime o que é belo
e não oprime o que aquela hora chama de bom
na nossa peçana trama
na nossa ordem dramática
nosso tempo então é quando
nossa circunstância é nossa conjugação
Então vamos à lição:
gente-sujeitovida-predicadoeis a minha oração.
Subordinadas aditivas ou adversativas
aproximem-se!
é verão
é tesão!
O enredo

a gente sempre todo dia tece
o destino aí acontece:
o bem e o mal
tudo depende de mim
sujeito determinado da oração principal.

Um comentário:

  1. novamente tietando Elisa Lucinda...
    poema incrivel-como todos os outros- pois é bem isso o que acontece agenet fka o tempo todo reclamando, reclamando da monotonia, porem é você quem faz a diferença, e não adianta nada ficar de braços cruzados esperando que as coisas mudem, vá aluta faça a diferença...

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