sábado, 20 de junho de 2009

Poesia Metaluinguistico


VIVER DE POESIA - ELISA LUCINDA

Lembro de eu gostar de palavra.
Desde pequena eram como um brinquedo pra mim.
Desde quando “soréconvosco” era uma palavra só,
sem o sentido e sem as quatro palavras
“o Senhor é convosco” dentro dela.
Desde o gato Fuminó,
história infantil publicada e escrita na oralidade de meu pai,
até os imaginativos vôos no país da gramática de
Emília nas asas de Monteiro Lobato.
Era bom dizer poesia na escola,
recitar no pátio diante dos colegas uniformizados
e de mim saindo um poema cantando a primavera,
louvando o dia da árvore.
Foi bom já aos onze ser levada pela sabedoria
de minha mãe e meu pai para estudar Interpretação Teatral da Poesia,
de 11 a 17 anos aprendendo uma coisa muito diferente
do que já naquele tempo se chamava declamação,
apartir daí uma seta cruza o tempo e o motor é dela,
e o avião é ela, e a vela é ela.
Ela o barco, é ela o trem.

Cantiga de amigo - Chico Buarque de Holanda

A MAIS BONITA

Não, solidão, hoje não quero me retocar

Nesse salão de tristeza onde as outras penteiam mágoas

Deixo que as águas invadam meu rosto

Gosto de me ver chorar

Finjo que estão me vendo Eu preciso me mostrar

Bonita

Pra que os olhos do meu bem

Não olhem mais ninguém Quando eu me revelar

Da forma mais bonita

Pra saber como levar todos os desejos que ele tem

Ao me ver passar bonita

Hoje eu arrasei na casa de espelhos

Espalho os meus rostos e finjo que finjo que finjo

Que não sei

PROJETO NURC


O QUE É PROJETO NURC?

É o projeto que estuda as Normas Linguisticas Urbanas Culta.
Esse projeto foi iniciado no mexico pelo professor Juan Lopes Blanch, sua inteção era inserir a norma culta no espanhol falado.
Desde o pricipio se pensou em extender o projeto a paises que com a lingua portuguesa no ano de 1959 o prjeto chegou ao Brasil e como em outros paises o projeto foi inserido nas cinco maiores capitais do Brasil, são elas: São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife,e Porto Alegre. Para cada cidade foi instituido um responsavel para cuidar do projeto.




Poesia Concretista - Victor AZ

E X T O R S Ã O M E D I A N T E S E Q U E S T R O

T R Á F I C O D E E N T O R P E C E N T E S

P R O S T I T U I Ç Ã O I N F A N T I L

L A V A G E M D E D I N H E I R O

H O M I C Í D I O D O L O S O

C O N T R A B A N D O

I M P U N I D A D E

C O R R U P Ç Ã O

E D U C A Ç Ã O

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Gramatica...

O QUE É GRAMATICA DESCRITIVA?

É uma gramatica que descreve a estrutura do que se fala, ou seja uma gramatica que põe em pratica o que se fala, a linguagem usada por um determindo povo.

O QUE É GRAMATICA NORMATIVA?

Uma gramatica que usa regras que devem ser levadas ao pé da letras tanto na fala, quanto na escrita, esse tipo de gramatica dita "certa" descrimina tudo o que não esta de acordo ao seu padrão.



Hieronymos Bosh


Poesia do recital - Shirley Pimentel de Souza

Anjos Negros

" As pragas devastadoras invadiram a Diaspora,
e embraqueçeram nossa cultura
tranformaram em avós e avôs
nossos iaias, ioios
Instituiram um "bem" branco,
um "mal" negro.
uma "paz" branca,
um "luto" negro...
Almas brancas que vão pro céu
almas negras que vão pro inferno
Deuses brancos que são beneficos
Deuses negros que são maleficos...
Anjos brancos que são "cristos"
anjos negros que são demônios.
Chega!!!
A negritude da seu grito de liberdade!
As crianças negras querem anjos da guarda negros
O povo negro quer magia negra
O povo negro quer cultura negra
Repudiamos sua prepotencia
Repudiamos sua divisão racial
Repudiamos sua aquarela racista
Queremos anjos negros
Faremos um "bem" negro
Somos um povo NEGRO !!!

sábado, 13 de junho de 2009

Mulata de exportação - Elisa Lucinda (momento fã )

“Mas que nega linda
E de olho verde ainda
Olho de veneno e açúcar!
Vem nega, vem ser minha desculpa
Vem que aqui dentro ainda te cabe
Vem ser meu álibi, minha bela conduta
Vem, nega exportação, vem meu pão de açúcar!
(Monto casa procê mas ninguém pode saber, entendeu meu dendê?)
Minha tonteira minha história contundida
Minha memória confundida, meu futebol, entendeu meu gelol?
Rebola bem meu bem-querer, sou seu improviso, seu karaoquê;
Vem nega, sem eu ter que fazer nada. Vem sem ter que me mexer
Em mim tu esqueces tarefas, favelas, senzalas, nada mais vai doer.
Sinto cheiro docê, meu maculelê, vem nega, me ama, me colore
Vem ser meu folclore, vem ser minha tese sobre nego malê.
Vem, nega, vem me arrasar, depois te levo pra gente sambar.”
Imaginem: Ouvi tudo isso sem calma e sem dor.
Já preso esse ex-feitor, eu disse: “Seu delegado...”
E o delegado piscou.
Falei com o juiz, o juiz se insinuou e decretou pequena pena
com cela especial por ser esse branco intelectual...
Eu disse: “Seu Juiz, não adianta! Opressão, Barbaridade, Genocídio
nada disso se cura trepando com uma escura!”
Ó minha máxima lei, deixai de asneira
Não vai ser um branco mal resolvido
que vai libertar uma negra:

Esse branco ardido está fadado
porque não é com lábia de pseudo-oprimido
que vai aliviar seu passado.
Olha aqui meu senhor:
Eu me lembro da senzala
e tu te lembras da Casa-Grande
e vamos juntos escrever sinceramente outra história
Digo, repito e não minto:
Vamos passar essa verdade a limpo
porque não é dançando samba
que eu te redimo ou te acredito:
Vê se te afasta, não invista, não insista!
Meu nojo!
Meu engodo cultural!
Minha lavagem de lata!

Porque deixar de ser racista, meu amor,
não é comer uma mulata!

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Parem de falar mal da rotina. - Elisa Lucinda

Parem de falar mal da rotina
parem com essa sina anunciadade que tudo vai mal porque se repete.
Mentira. Bi-mentira:
não vai mal porque repete.
Parece, mas não repetenão pode repetir
É impossível!
O ser é outroo dia é outro
a hora é outra
e ninguém é tão exato.
Nem filme.
Pensando firme
nunca ouvi ninguém falar mal de determinadas rotinas:
chuva dia azul crepúsculo
primavera lua cheia
céu estrelado barulho do mar
O que que há?
Parem de falar mal da rotina
beijo na boca
mão nos peitinhos
água na sede
flor no jardim
colo de mãe
namoro
vaidades de banho e batom
vaidades de terno e gravata
vaidades de jeans e camiseta
pecados, paixões ,punhetas
livros cinemas gavetas
são nossos óbvios de estimação
e ninguém pra eles fala não
abraço pau buceta inverno
carinho sal caneta e querosão
nossas repetições sublimese não oprime o que é belo
e não oprime o que aquela hora chama de bom
na nossa peçana trama
na nossa ordem dramática
nosso tempo então é quando
nossa circunstância é nossa conjugação
Então vamos à lição:
gente-sujeitovida-predicadoeis a minha oração.
Subordinadas aditivas ou adversativas
aproximem-se!
é verão
é tesão!
O enredo

a gente sempre todo dia tece
o destino aí acontece:
o bem e o mal
tudo depende de mim
sujeito determinado da oração principal.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Aviso da Lua que Menstrua - Elisa Lucinda

Moço, cuidado com ela!
Há que se ter cautela com esta gente que menstrua...
Imagine uma cachoeira às avessas:
cada ato que faz, o corpo confessa.
Cuidado, moço
às vezes parece erva, parece hera
cuidado com essa gente que geraessa gente que se metamorfoseia
metade legível, metade sereia
Barriga cresce, explode humanidade
se ainda volta pro lugar que é o mesmo lugar
mas é outro lugar, aí é que está:
cada palavra dita, antes de dizer, homem, reflita...
Sua boca maldita não sabe que cada palavra é ingrediente
que vai cair no mesmo planeta panela.
Cuidado com cada letra que manda pra ela!
Tá acostumada a viver por dentro,transforma fato em elemento
a tudo refoga, ferve,frita
sangra tudo no próximo mês.
Cuidado moço, quando cê pensa que escapou é que chegou a sua vez!
Porque sou muito sua amiga é que tô falando na "vera"conheço cada uma,
além de ser uma delas.
Você que saiu da fresta dela
força quando voltar a ela.
Não vá sem ser convidado
ou sem os devidos cortejos...
Ás vezes pela ponte de um
ja se alcança a "cidade secreta"a Atlântida perdida.
outras vezes várias metidas e mais se afasta dela.
Cuidado, moço, por você ter uma cobra entre as
cai na condição de ser displicentediante da própria serpente.
Ela é uma cobra de avental.
Não despreze a meditação doméstica.
É da poeira do cotidiano
a mulher extrai filosofia
cozinhando, costurando
e você chega com a mão no bolso
julgando a arte do almoço: Eca!...
Você que não sabe onde está sua cueca?
Ah, meu cão desejado
tão preocupado em rosnar, ladrar e latirentão
esquece de morder devagar
esquece de saber curtir, dividir.
E aí quando quer agredir
chama de vaca e galinha.
São duas dignas vizinhas do mundo daqui!
O que você tem pra falar de vaca?
O que você tem eu vou dizer e não se queixe:VACA é sua mãe. De leite.
Vaca e galinha...ora, não ofende.
Enaltece, elogia:comparando rainha com rainha
óvulo, ovo e leite
pensando que está agredindo
que tá falando palavrão imundo.
Tá, não, homem.
Tá citando o princípio do mundo!